Autoficções

“Não somos sempre um outro de si mesmo?”

Fernando Gil

Posso ser eu ou ser o outro. Posso ser eu, no outro ou o outro, em mim. Posso ser o que se vê ou coisa diversa. Posso ser discurso, posso ser poema, posso ser imagem, posso ser palavra. Quem sou? Serei um eu imaginário, uma ficção, uma porta entreaberta? Um caminho percorrido e próximo ou um horizonte longínquo e distante? Não busco, no meu ser, senão as minhas alteridades: as possibilidades de ser eu com o outro.

2021, um ser que posso ser eu, Carla de Sousa