A memória impermanente

«Talvez criar não seja mais do que se lembrar profundamente.»

~ Rainer Maria Rilke

Ao coar a luz,

pelo crivo fino

da impermanência,

recordei:

o encantamento do vento

no prado verdejante;

a alva espuma,

do mar de março;

a brisa quente,

daquele maduro estio;

o fogo e o frio,

do tempo silente,

em que, ausente,

estiveste comigo.

A criação como um acto de memória.

[Recriação de um momento de um museu imaginário de Inesa Markava, no MIMO – Museu da imagem em movimento]

Sedimentos, 20 de Junho de 2021, Carla de Sousa

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